sábado, 24 de julho de 2010

ACIMA DO BEM E DO MAL

Nestes 38 anos atuando como repórter esportivo, iniciado em Macapá, em 1972, na rádio Rducadora "São José", emissora vinculada à Prelazia da cidade, já entrevistei de João Havelange a Pelé.
Havelange e o Rei tive o prazer de ouvi-los aqui em Belém. Àquele no Hilton Hotel, em 1997, e este por duas vezes e na última foi no Hangar, recentemente, quando do lançamento de um empreendimento com a marca "Pelé".
De todas as "feras" que entrevistei, guardo uma fagulha do caráter de cada uma: Havelange, humildade em pessoa; Pelé, a atenção e o sorriso largo; Wanderlei Luxemburgo (quem me apresentou foi Chioo Ferreira), a atenção que dá aos seus jogadores, principalmente quando ele vê talento(foi o caso do Arinelson e agora, recentemente, o Ganso); Pepe, bonachão e atencioso; Givanildo Oliveira, sisudo, enfim...
Um está no meu "HD" de uma forma pedante, arrogante, pousudo e soberbo: Emerson Leão.
Cameponato Nacional de 2003, série A, PSC era o nosso representante.
A delegação Santista chega em Belém na noite de uma segunda-feira e fica no Hilton para o jogo da quarta-feira, à noite,no Mangueirão.
Terça-feira, 9h, chego no Hilton para tentar uma entrevista com a maior estrela do Peixe, o seu treinador. Ele está tomando café. Espero. E quando vejo que ele se dirige para a pérgula da piscina vou ao seu encontro.
- Leão, sou jornalista da Rádio Liberal e gostaria, se possível, de entrevistá-lo?
Olhou-me com ar de desdém e disse: - Dou entrevista após o jogo e na coletiva. Não posso falar prá você. Quem é voce?
- Sou repórter da Rádio Liberal.
- Não falo. Só lá no estádio após o jogo. Neste momento chega um repórter da Globo São Paulo e diz: "Leão, preciso fazer uma sonora, agora..."
Leão respondi: - Eu converso contigo daqui a pouco, acabei de tomar café. E sai para o andar de cima, tendo ao seu lado o repórter.
Assistindo ao quiproquó do jogo Goiás e Vitória, pela TV, lembrei do que se passou comigo no hall do Hilton Hotel, numa terça-feira, de 2003, e - sinceramente - a vontade que tive foi de dizer poucas e boas para o treinador Leão. Contive-me e saí engasgado com a soberba do treinador do Santos.
Quarta-feira, Mangueirão, Santos 1 x 0. Depois o Paysandu vira prá 2 x 1 e no final do jogo o Leão se irrita(não sei o motivo) e o árbitro chama a polícia prá conter o treinador à beira do gramado. Um policial toca-o no braço e ele diz para o PM: - Quem és tu? Quanto tu ganhas prá me tocar?
Como resposta o Brasil inteiro sabe disso - "Spray" de pimenta malagueta na cara.
O Leão amansou...
Paulo Henrique Ganso disse-me que foi ele que o rebaixou prás divisões de base do Santos sem quê nem prá quê.
Quando goleiro do Palmeiras, Leão brigou com a maior estrela do time: Luís Pereira;
No Corintians se estranhou com o líder da Democrácia, o Sócrates, e na última passagem pelo Santos foi pro cacete com alguns torcedores e o caso foi parar na polícia.
Penso que o Leão é um ser soberbo.
Ele pensa que é mais sabido que a sabedoria ou mais inteligente que a própria inteligência.
É que há!

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