segunda-feira, 26 de julho de 2010
SEM CABOTINISMO
Este blogueiro passatempo concluiu com nota 10 o curso de pós-graduação em “Gêneros Textuais e Ensino”.
Depois de 15 anos, voltei aos bancos escolares por sentir necessidade de aprimoramento na área da lingüística, e ouvindo e lendo tanto “acho” resolvi me questionar: é correto o uso do vocábulo “acho” em comentários esportivos? É de bom alvitre um professor “achar” em sala de aula? Que um advogado “ache” que seu constituinte é inocente em acusação de um crime? Então, o por quê de tanto “acho” em comentários esportivos, políticos e acadêmicos?
Passei um ano pesquisando, gravando confrades do rádio esportivo belenense e cheguei à conclusão que o “achismo” está nas bocas e nas dicas daqueles que têm a responsabilidade de passar informações e comentários convictos do que estão vendo. E de gente do rádio que é “bola de ouro”; pasmem: tem comentarista esportivo em Belém que numa análise de 45 minutos, após um RE-PA, o analista “achou” 72 vezes que o CR foi escalado errado com Jean e welber no meio-campo. É ruim! É um vício de linguagem que o falante usa sem perceber que a comunicação fica entendiada.
Prá não ferir suscetibilidades prefiro o anonimato desses que tudo “acham” no rádio esportivo de Belém, inclusive de profissionais que fazem parte do meu círculo de amizade e que os admiro.
Constatei que os confrades Edson Matoso e a nova revelação do rádio esportivo paraense, o professor Cláudio Oliveira, não abusam do “achismo”
Quem muito “acha” não tem certeza no que diz; quem diz “acho” não tem fundamentação racional; não tem lógica. “Não se trata de dizer ‘eu acho que’, mas de poder afirmar ‘eu penso que’”.
A conclusão: “O trabalho do profissional que atua no rádio é de grande relevância, por isso ele precisa está sempre atualizado, visando sempre à qualidade da informação para ter o seu trabalho reconhecido, procurando evitar o improviso bem como o uso do vocábulo “acho” para comunicar notícias, tendo o cuidado de despertar o interesse e a atenção do que esperam o noticiário. Isso implica em compromisso com o trabalho de oferecer informação contextualizada e comprometida com a verdade. Concluí-se que o trabalho do jornalista no rádio é bastante complexo, pois exige dinamismo e competência, uma vez que o mesmo não deve interferir na opinião pública e nem tomar partido do problema ou assunto em foco, porém este deve ter uma visão global das situações sociais, incentivar o ouvinte à reflexão”.
Em vez de “achar”, pensar. Vamos ter certeza no que falamos como analistas ou repórteres esportivos. Afinal, “o rádio é o único meio de comunicação que pode acompanhar seu usuário para tudo quanto é lado e este consumidor pode fazer o que quiser sem ser proibido de fazê-lo.”
A minha eterna gratidão aos que me incentivaram a buscar o conhecimento através dessa monografia: professores e professoras, mestras e doutores Raquel Gomes (minha orientadora), Joel (fertilidade cerebral), Sheila Maués (pulquérrima e docilidade humana), Júlio Dinoá (dá gosto ouvi-lo; transpira sabedoria), Rodolfo Marques, meu colega de rádio Liberal, que me indicou Marilena Chauí, e a minha parceira de discussões e análises, pedagoga especializada em docência do ensino superior, Maria Cristina da Cruz Silva, e a senhora Claro Santos, digitadora.
À minha mãe: a obsessão que tinha pela educação dos filhos. E se sou o que sou, devo a ela, Maria de Nazareth Trindade Pereira, 82 anos, morando em Macapá, nunca me abandonou.
Estou pensando no livro: “Não acho, penso”,
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