sexta-feira, 2 de julho de 2010

DEUS EXISTE?


Acreditar em Deus é uma hipótese irrelevante. Penso. Certa vez ouvi um religioso dizer que quem não acredita em Deus é arrogante, petulante e soberbo. Não é verdade. Tive uma formação religiosa; na adolescência, em Macapá, convivi com padres italianos – Vitório, Antônio, Dário e Jorge Basile – que me despertaram para o mundo da leitura e, quando adulto, trabalhei com Basile, que era o diretor da Rádio Educadora “São José” de Macapá. E minha mãe evangélica da Assembléia de Deus. Portanto, tive tudo prá ser um crente fervoroso. Não sou. Contudo, respeito às convicções religiosas da minha mãe (todo final do mês oferta 10% à igreja da pensão que o meu pai deixou prá ela), da minha filha Mikaela, da dona Dolores (mãe da Mika), dos meus amigos, de todos, e, agora, da dona Elô, mãe do “Tudinho”, que é evangélica. Não aceito que venham fazer minha cabeça.
Religião, prá mim, é um vício como qualquer outro; é fanatismo. Deus está nos meus atos de bondade e caridade que posso fazer a quem necessita. Deus é razão, verdade. O meu Deus é poderoso, rico e festeiro. É o Deus do velho Salomão; o meu Deus não precisa de dízimo; não necessita que lhe dê 10% do meu vencimento. O meu destino (ou futuro) só depende de mim e de mais ninguém. Sou deísta. É o que penso e nunca me senti castigado por pensar diferente da grande maioria.
Li muito sobre religião: A NEUROSE OBSESSIVA UNIVERSAL DA HUMANIDADE (Freud). São iideias psicológicas das religiões; A RELIGIÃO DENTRO DOS LIMITES DA SIMPLES RAZÃO (Kant). O papa da estética do século XX diz que “a natureza humana é vista em sua propensão para o bem e para o mal”; Nietzsche, o filósofo que matou Deus e “em cada louco há um grão de inteligência, em HUMANO, DEMASIADO HUMANO afirma: “O homem é o criador dos seus valores, mas esquece sua própria criação e vê neles algo de “transcendentes”, de “eterno” e “verdadeiro” quando os valores não são mais do que “humano, demasiado humano”; Santo Agostinho, filósofo e doutor da igreja católica, nos seus momentos cognitivos disse a uma plateia de religiosos e ateus que “Amamos a verdade quando ela nos esclarece,mas odiamos quando a verdade nos acusa”.
Estou lendo DEUS EXISTE? É um diálogo intenso e vivo entre o ex-cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) e o professor, filósofo e ateu Paolo Flores d’Arcais sobre igreja e cristianismo. A questão é provocadora e estou curtindo o diálogo dos dois pensadores.
Sinceramente, que gostaria de ver um boleiro, após um gol, saí correndo em direção a uma câmera de TV e mostrar o peitoral: EU SOU DEÍSTA!
Denominações religiosas, no mundo, são bandeiras de grandes negócios. Exemplo claro está na cara de pau do casal Hernandez, líder da igreja que pertence o Kaká. Judicialmente, o casal Hernandez é o quê?
Na roda-viva da política brasileira, pastores evangélicos, de Norte a Sul, de Leste a Oeste deste país, negociam suas igrejas como “moedas” de barganhas políticas em causas próprias.
E o que dizer dos pastores que vivem pregando nos púlpitos das suas igrejas a retidão de caráter e nos gabinetes negociam com políticos do tipo João Caíberibe, Jáder Barbalho Amazonino Mendes, Ademir Andrade, Sarney, Maluf, Dirceu e outros fichas sujas.
O pobre coitado é ludibriado por governantes e políticos, e ao ligar a TV ouve um pastor pregando a salvação e a prosperidade, então, no outro dia, lá estará para se entregar a Deus, e, ao final de cada mês, fazer a felicidade de pastores camelôs da fé.
“O mundo é constituído de 90% de apedeutas e 10% de inteligentes.
E os pastores que vivem com a Bíblia debaixo do braço, pregando nos púlpitos retidão de caráter aos seus seguidores e nos gabinetes fazem acordos espúrios com políticos do tipo João Capiberibe, Amazonino Mendes, SarneyEstes estão ricos”. Veja os Macedos e Waldemiros da vida.
É o que há!

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