Humanamente, sou um ser de poucos amigos. Não gosto de ajuntamento e não sou do tipo que prá onde vou tem que ter amigos. Gosto de me acompanhar no máximo de duas pessoas: uma gostosinha ou um amigo em quem eu confio. E só.
Moro só, somente só, havia 23 anos e não sei o que é solidão porque tenho muitos amigos em casa: meus livros que desde Macapá, onde nasci, prá onde vou levo-os. E todo santo dia travo um monólogo com um deles - de manhão, de tarde ou à noite. Um deles me faz pensar, rio, me diz coisas diferentes. Enfim, escolho um prá ler e me fazer refletir e aprender a ser artesão dessas letras más traçadas
Na cabeceira da minha cama, que não tem espaldar e sim mesa retangular, tenho a Bíblia e o Dicionário da Academia Brasileira de Letras(com a nova ortografia).
Todo santo dia abro-os em qualquer págino e leio nem que seja um versículo ou uma palavra. É vício.Tenho outros livros, mas esses dois são amigos "ex corde".
Na sala da minha casa há três estantes tetei de livros, no armário-estante, onde fica o computador tem livros e na mesa central, além do meu net, livros.
O professor Cláudio, comentarista da Rádio Marajoara,meu amigo de magistério, esteve na minha casinha, e me perguntou se já havia lido todos eles. "Não, Cláudio", respondi. Tem um que rejeito porque tenho que lê-lo com dicionário de latim ao lado: ULISSES, de James Joice. É uma "muralha" de palavras; já está decidido: quando me aposentar - se vivo for - encararei o Colosso de Rodes da literatura moderna.
Da Bíblia, além de alguns versículos, como: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que te vomito", gosto do "Cântico de Salomão", do capitulo 7, onde ele descreve sua amada dos pés a cabeça, fazendo do umbigo dela taça; e do livro de Jó, que discute em profundidade o sofrimento humano. Como explicar ou justificar racionalmente o sofrimento que afligi o ser inocente? E o ponto alto da obra: "Porque eu sei que o meu redentor vive".
"Memórias Póstumas de Brás Cubas", do genial Machado de Assis, guardo na memória o final do livro em que aparece o quanto o "defunto autor", o Brás, era um avarento: "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria". Um grande FDP!
"Os Lusíadas", do cerebcral Camões: o profeta popular, o "Velho do Restelo", que vendo as naus portuguesas partirem em busca de riquezas ele dizia:"Ó glória de mandar, ó vã cobiça desta vaidade, a quem chamamos fama!..."
"A Divina Comédia", de Dante Alighere, que narra a jornada do autor pelo inferno, Purgatório e Paraíso e decorei o terceiro verso, da sétima estrofe, do canto III: "Deixai toda esperança, ó vós, que entrais.". Aliás, uso esse verso quando alguém chega no studio da Rádio Liberal que eu estou apresentando o BOLA NA ÁREA OU O METRÓPOLE EM ALERTA.
"O Nome da Rosa",do italiano Humbeerto Eco:"Stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus" (A Rosa antiga permanece apenas no nome"; (Li a obra e assisti ao filme).
Bertolt Brecht: "Eu sempre pensei: as mais simples palavras
Devem bastar. Quando eu disser como é
O coração de cada um ficará dilacerado.
Que sucumbirás se não te defenderes
Isso logo verás".
"Em Busca dom Tempo Perdido", de Marcel Proust, destaca a crueldade do tempo:"cada vez mais me convenço de que o amor, como qualquer sentimento, se degrada e destrói com o passar do tempo"
"Poesias inéditas", de Fernando Pessoa: "Desde que a vida dura/Tem a vida a amargura/De ser mortal e impura."
Gramáticas da Língua Portuguesa tenho aos montes e à do Sacconi trata do plural de algumas palavras pronunciadas pelos locutores e repórteres esportivos: JÚNIOR. Quando pluralizada pronuncia-se: JUNIORES(a tonicidade é no "o") e não JÚNIORES como dizem alguns burros(Não tolero burrice humana, porque o ser burro não pergunta, não lê e nem pensa)
E o plural de LÚCIFER? Atenção, meninos: não é LÚCIFERES e sim: LUCÍFERES.
E não me falte o meu velho Dicionário de Verbos Conjugados, que me ensina que há verbos com duplo particípios: Pagar: pago ou pagado; Pegar: pego ou pegado; Ganhar: ganho ou ganhado; Eleger: eleito ou elegido; Prender: Preso ou prendido; Salvar: Salvo ou Salvado.
Há uma tendência da linguagem contemporânea(principalmente a jornalística) em restringir os particípos de Ganhado, pegado, matado, pagado, gastado, etc.
É o que há!
sábado, 31 de julho de 2010
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