FIDELIDADE CANINA.

Vi, ouvi e li muito sobre a convocação do Dunga para a Copa da África do Sul, que começa em 11 de junho.
Gente de todas às classes sociais deram e continuam dando seus pitecos. Na escola, na Cabanagem, onde dou aula, meus colegas professores(homens e mulheres), alunos e alunas,à tarde de ontem, fizeram da seleção o papo da tarde. Era só no que se falava. E todos metendo o malho no treinador por não ter convocado o Ganso.
Penso (eu detesto o "achismo") que o Dunga foi coerente com seus valores e agiu como eu e qualquer outro brasileiro agiríamos: corporativismo e fidelidade canina aos propósitos de um trabalho engendrado ao longo de três anos e meio, e que, neste período, com a grande maioria dos jogadores convocados, ganhou tudo que disputou. Dunga tosco, Dunga ranheta, Dunga não foi craque como jogador, mas foi fiel aos seus princípios como profissional da bola e ninguém pode desconhecer - é um homem vencedor. Pode até não ganhar a Copa, mas isso é outra história.
Alguns jornalistas e radialistas brasileiros criticaram o Dunga pela não convocação dos talentosos atletas que estão em evidência no futebol brasileiro, mas estes mesmos profissionais da mídia nacioanl esqueceram que eles fazem pior que o Dunga: nos empurram goela a baixo comentaristas do tipo Junior Capacete, Edmundo e outros embusteiros da vida que não tiram o "acho" da boca.
Aqui em Belém não é muito diferente: tem assessor de imprensa em clube que não sabe escrever um bilhete, quanto mais um ofício, e no rádio tem picareta "apadrinhado" que não sabe fazer ponta de gol. O que é isso? Corporativismo. Apadrinhamento.
Voltando ao Dunga: ele manteve a base trabalhada desde que começou como treinador da seleção havia 3 anos e meio. Convocou 83 jogadores neste período e ao lado do seu assistente, o Jorginho, que é evangélico, formou a sua "igrejinha". Estão errados? Não é assim também na imprensa esportiva brasileira?
Penso que não é justo se trabalhar com um grupo por mais de três anos, craques ou não, ganhar todos os torneios que disputou, e agora levar Ganso e Neimar em detrimento daqueles que são fiéis aos princípios do treinador. Se o Dunga se queda diante do clamor popular podia ser considerado um ingrato prá não dizer outra coisa.
É o que há.