Quando a Tuna estava na iminência de não participar do Parazão deste ano, o presidente Luso contratou Flávio Goiano e em quatro jogos o time ganhou 12 pontos e está entre os oito que disputam a atual fase do campeonato paraense.
Este blogueiro passatempo produziu matéria com o técnico tunante e na oportunidade indaguei a ele o segredo da arrancada lusa: “Zé, meu time defende como pequeno e ataca como grande”.
Como sou curioso diante daquilo que não sei e é por isso que digo que não sou mais sabido que a sabedoria, porque pergunto diante das minhas indecisões, Flávio Goiano foi mais explicito: “Meu time tem que recuar, marcando sem deixar espaço para o adversário quando tem a bola contra-ataca em velocidade”.
Foi mais uma lição que aprendi com este que hoje dirige tecnicamente o time da Tuna Luso Brasileira; passei a fazer leitura de uma partida de futebol embasado neste conceito: recuar, marcar sobre pressão e contra-atacar em velocidade e inteligência.
Não vi e nem ouvi o jogo do PSC, mas conversei com colegas que reputo safos na arte de ler futebol – Professor Cláudio e o Agripino Furtado; os dois fizeram a mesma leitura do jogo do Papão contra o Cametá: “O Cametá foi agressivo, mas o Paysandu marcou correto e Mendes fez a diferença”.
Quem marca como pequeno e ataca como grande tem grande chance de não levar gols e se tem atacante inteligente pode ser vitorioso. Penso(não tenho mais saco prá ouvir comentarista esportivo dizer "acho") que foi isso que fez o Paysandu.
Vi os melhores momentos através do “Camisa 13”, da RBA, e me detive nos dois lances que determinaram a vitória bicolor. Realmente, Mendes soube o momento exato, único de realizar a jogada. E como ele soube? No primeiro gol, sabendo tocar na bola com o lado esquerdo do peito do pé esquerdo, tirando do goleiro André Luís a trajetória da bola.
No segundo, Mendes recebe na intermediária, levanta a cabeça (aqui está o segredo do atleta inteligente) e vê o goleiro cametaense adiantado e mete de chapinha, consciente, encobrindo o goleiro. É a antevisão do lance.
Johan Croiff, artífice da “Laranja Mecânica” holandesa de 1974, foi treinador do Romário e ele disse que “Romário é o gênio da área”. Uma vez aqui em Belém, no antigo Iate Clube, tive a felicidade de conversar e gravar com o “baixinho” e uma das perguntas foi o por quê de Croiff tê-lo denominado de o “Gênio da área” e ele respondeu:
“Eu não sei se sou gênio; o que sei é que quando recebo a bola eu já pensei o que fazer com ela e antevejo colegas e adversários”. Tem explicação melhor? O craque É!
Aos trancos e barrancos, Paysandu é o campeão da Taça Cidade de Belém - só se for muita praga!
É o que há!
segunda-feira, 21 de março de 2011
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