sexta-feira, 29 de julho de 2011

DE CRÍTICO A TELHADO

No final da década de 90 ele aparece no CR como vice-presidente, com atuação no departamento de futebol. Colheu vitórias e derrotas.

Em 2000 surge no rádio esportivo paraense, levado pelo Luís Araújo à Rádio Marajoara.
E foi o cerebral Gueri-Gueri quem o denominou de o “Crítico dos Críticos” do rádio paraense.

Logo se adaptou ao microfone, com o verbo na ponta da língua( excelente improviso) o que caracteriza os ótimos profissionais do rádio.

Não satisfeito com a simples denominação de radialista, concorreu ao vestibular da Faculdade de Jornalismo da UFPA e foi aprovado. Depois de 4 anos recebeu o canudo de jornalista. Ninguém poderia lhe chamar de embusteiro ou de “picareta”. É Jornalista diplomado.

Ele é Hamilton Gualberto, que - como nunca escondeu de ninguém - adotou a linha do jornalismo crítico com responsabilidade; investigativo e não é amorfo ou indefinido.

Não tem meio termo: é ou não é. E faz questão de dizer: “Jornalismo que aprendi com Luís Araújo e José Maria Trindade”. Nem tanto, comigo, bondade sua.

O Crítico dos Críticos, nestes 11 anos de jornalismo, viveu entre o céu e inferno; amado e odiado; elogiado e criticado; foi homenageado com a honraria de BOLA DE OURO, mas nunca escondeu a paixão pelo Clube do Remo. E quem vive neste metiê e não tem um clube, está em profissão errada. Ou é frouxo!

O que leva um profissional do jornalismo esportivo consagrado a ser cartola? Ou treinador de futebol? É a pergunta que me faço desde sábado passado, quando o próprio Hamilton revelou no programa BOLA NA ÁREA, da Rádio Liberal o seu intento.

Lembro do comentarista da Rádio Globo, “Apolinho” (que hoje está na Rádio Tupi do RJ) que no auge da carreira jornalística preferiu ser técnico do Flamengo. Quebrou a cara. O excelente comentarista que é, não conseguiu ser eficiente técnico.

Mas, recentemente, o voo do Falcão: televisivo, fluência verbal, contrato com a Globo de dá inveja. Foi ser técnico do Internacional, e, tristemente, seu time perdeu para o São Paulo dentro da “Beira-Rio”, e o tricolor paulista sem treinador, pelo menos oficialmente.

Os amigos chegados de Hamilton Gualberto estão boquiabertos com a decisão do consagrado advogado e jornalista. “Ele está ficando doido”, disse um dos mais chegados amigos - advogado Jorge Borba.

Não se pode discutir que Gualberto não tenha preparo para a função. Tem, sim. Conhece os meandros de uma concentração e sabe como lidar com jogador de futebol. Todavia, resta saber se aos 66 anos de idade ele terá tato suficiente para viver neste mundo cão que é o futebol do CR.

Ao chegar aos 60 anos, aprendi que a gente fica mais criterioso, enjoado, crítico das coisas do passado, macambúzio, não tolero burrice. Sinceramente, espero que Hamilton Gualberto seja proficiente cartola como é excelente comentarista. Perdi o colega, posto que a partir do momento que ele se debandou pro lado do Remo, deixa de ser o “Crítico que quem gosta ouve e quem não gosta ouve também”. Cartola é cartola, jornalista é jornalista! Penso assim.

Espero que ele tenha o olhar crítico para quando receber uma crítica, como cartola, receba com humildade e esteja aberto ao contraditório com altivez.

No rádio paraense, Hamilton Gualberto, prá mim, ao lado do professor Cláudio Oliveira, é quem melhor analisa as jogadas de futebol. Perde o rádio e em especial a Rádio Liberal e o BOLA NA ÁREA.

Estou só na arte do jornalismo esportivo crítico com responsabilidade. Choro, mas não me quedo. Vou continuar sozinho, metendo o peito neste cipoal que é o futebol paraense.

Pelos caminhos da vida aprendi que quem pensa diferente é visto com reserva. É doido. No futebol não é diferente e a “vida tem ocultos caminhos”. O Hamilton não é doido e neste caminho vai se encontrar com gente do rádio e da TV que evitam falar no seu nome.

O pessoal da RBA (alguns), o "cara remelenta", o "Patinho Feio" vão ser obrigados (se não o entrevistarem) a falarem de bem ou de mal do dirigente remista.

Espero que os dois - jornalista e o cartola - não sejam um só. Sucesso, amigo "ex corde".
É o que há!

Um comentário:

  1. José Maria Trindade,
    Sou um leitor assíduo do seu blog, gosto do que você escreve sem muitos rodeios, sem muitas "papas" como dizem na gíria.
    Então como você mesmo disse, sem entremeios: "E quem vive neste metiê e não tem um clube, está em profissão errada. Ou é frouxo!". Qual seu clube no estado do Pará? Remo ou Paysandu.
    Minha relação com as suas colunas em nada vai mudar, ou melhor, a admiração deverá aumentar não interessando o clube, mas sim pela coragem de sempre ser "cara limpa" em tudo que faz.
    Abraço e fique com Deus.

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