terça-feira, 29 de novembro de 2011

ALMA E DINHEIRO

Inspirado em Nelson Rodrigues, indaguei ao Ricardo Mendes Nascimento, 36, Lecheva, havia dez anos na Curuzu, no momento o treinador do Paysandu. Se “a alma ganha às partidas de futebol”, conforme revelou num rasgo de meditação o maior filósofo da alma brasileira.

“Quem ganha e decide as partidas de futebol é a alma”. É mesmo?! É! A gente tem que botar a alma, o coração na ponta da chuteira. Não é o que dizem?

O Lecheva disse no programa SHOW DE BOLA, da Rádio Marajoara-AM, domingo, 26, que “a alma decide, sim, uma partida, mas que é necessário dinheiro prá gerir a carreira do atleta, posto que este tem família, e, por assim dizer, compromissos ao final de cada mês”.

“Como colocar a alma numa partida de futebol se eu não recebo vencimentos em dia? Se saiu de casa e não tem o que comer? Como entrar em campo com a cabeça fria se não tenho dinheiro? Ai não tem alma que resista”, revelou o ex-jogador.

Uma das definições de alma é “o que dá vida ou impulso a uma atividade”. Então, a alma impulsiona a vida do ser humano e o dinheiro é a mola propulsora do mundo. Não sei quem disse isso, mas desde que me entendo por gente que ouço este brocardo.
Se não há vida humana sem alma, sem dinheiro nada funciona. E pensando nisso criei o bordão: Homem endinheirado é outro homem; liso nem o carro do Emaús leva!

E o que é dinheiro? Segundo os economistas, ”é a representação da riqueza real que é produzida na economia.” Mas nos meus parcos conhecimentos está a ideia de que dinheiro é tudo aquilo que posso pagar o que devo: luz, água, telefone, IPTU, lavadeira, arrumadeira, pensão dos três filhos, gasolina pro carro e comprar sapato, roupa, perfume (velho que não se cuida, fede), supermercado, enfim, pagar minha vaidade. E quando não tenho (como já aconteceu), não durmo, não raciocino direito, não consigo dá aula, quanto mais manter a tranqüilidade. É ruim!

Por causa de dinheiro, os 11 países europeus que, em 1999, adotaram o euro como moeda única estão em crise (principalmente os pobres, como Portugal, Grécia e Irlanda) porque a moeda é apátrida. O euro é internacional. Não é Alemão, não é Italiano, não é português, enfim, nenhum dos 11 signatários pode emití-lo. No Brasil, o Banco Central determina à Casa da Moeda, em Brasília, a emissão de papel ou moeda a fim de saldar dívida interna. Nenhum dos países da eurozona pode fazer isso. Em junho de 2006, por 28 dias, em Munique, paguei minhas contas com euro e guardo até hoje algumas moedas. À época, o câmbio era de 3 reais por 1 euro.

A primeira forma de dinheiro que se tem notícia foi à do escambo: sistema de trocas; a segunda, à do comércio: dinheiro em forma de moedas, cunhadas pelos reis. Esta modalidade subsiste atualmente.

A literatura clássica está recheada de exemplos: “O ouro dá pujança, o ouro tudo alcança” (Goethe, em “Fausto”); “Pecunia nom olet” (dinheiro não tem cheiro, imperador vespasiano); “Quem ama o dinheiro nunca ficará satisfeito (Salomão); “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males do homem (apóstolo Paulo). Creio ser este o problema dos nossos clubes de futebol.

Em futebol, sem dinheiro não há alma que ganhe uma partida. No CR os dirigentes estão fazendo “vaquinha” prá arranjar alguns trocados prá saldar compromissos com jogadores, funcionários e fornecedores; no Paysandu, Luís Omar revelou que se alguém aparecer com dinheiro prá pagar R$ 800 mil que o clube deve, ele entrega o cargo.

Nisso tudo, não entendo como é que o remo se entala com passivo de R$ 5 mil e tem ativo superior a R$ 80 mi; no Paysandu, a salvação são os endinheirados se unirem como sempre acontece em momentos de crise, e na Tuna, quem assumir o clube à partir de 14 de dezembro encontrará dificuldades prá renovar com o elenco que classificou o clube à fase principal do campeonato de 2012.

Há um ditado popular antiguissimo que diz: "Sobre dinheiro não se fala, se tem."

E a "alma humana tem muitos mistérios" tem tantos que "nada vale a pena se a alma é pequena".
É o que há!

Um comentário:

  1. Quem tem que arranjar os 800 mil é o próprio LOP, já que foi ele quem fez a dívida. Num pais sério, estaria com seus bens bloqueados para reparar a irresponsabilidade com os cofres do clube.

    Sandro está detonando esse mentiroso em nível nacional, dizendo que o Paysandu lhe deve SETE meses:

    http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sport/noticia/2011/11/ex-jogador-do-sport-sandro-goiano-esta-em-goias-e-na-torcida-pelo-leao.html

    Mas aqui, LOP diz à imprensa que a dívida está "quase paga, só falta um mês".

    Outra: LOP deve 600 MIL reais de um empréstimo que fez junto a seus colegas práticos e não tem como pagar. Está se virando para vender Rafael Oliveira e fazer caixa, não para o clube, mas para pagar a dívida. LOP tinha que vender um patrimônio seu, já que é o responsável pelo débito.

    Como será o Paysandu do ano que vem?

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