sábado, 12 de novembro de 2011

CAIXA DOIS


Durante uns 30 dias passei bisbilhotando a vida de quatro empresários que já passaram pela Curuzu.

Minha embirração ou quizília é que esses quatro bicolores são muitíssimos bem sucedidos no que fazem como empresários e não deram certo no clube que amam - o Paysandu.

César Neves, Roger Aguilera, Sérgio Chermont e José Ângelo Miranda estão dando shows de administração nas empresas que administraram.

César Neves, incontestavelmente, fez de uma União de Médicos uma das maiores empresas do Norte do Brasil, com mais de 1 milhão de cartão do plano de saúde, a Unimed/Belém.E as mudanças na estrutura do Círio de Nazaré processadas pela diretoria encabeçada pelo médico César Neves? Quem ousa questioná-lo se as mudanças foram benéficas para a sociedade católica deste Estado?

César Neves deixou a diretoria da festa de Nazaré com mais de R$ 1 milhão em caixa.

Roger Aguilera ao lado do pai, Raul Aguilera, e do irmão Raul Aguilera Neto, fizeram da BIG BEM a maior rede de drogarias do Norte e Nordeste do Brasil. “Zeca, no Paysandu tem que haver um choque de gestão; o clube não evoluiu administrativamente e a receita só depende das bilheterias dos jogos de futebol. Isso não existe mais nos grandes clubes”, relatou Roger.

Sérgio Chermont, que passou pela Curuzu no início da temporada e de repente desapareceu, e até hoje não explicou o porquê da sua atitude de deixar o clube, preferindo administrar o Hospital “São Luis” da Beneficência Portuguesa. O hospital era uma espelunca, hoje é referência. Quem comanda? O odontólogo Sérgio Chermont, que quando questionado o quê da saída do Paysandu, ele prefere mudar de prosa ou então sorri.

Ontem de manhã me cruzei com José Ângelo Miranda, vice-presidente da FPF, que me indagou: “Zé, tu gritavas que havia ladrão na Federação, e agora calas diante do que ocorre nos clubes?”

“Não calo, não, Zé, é que eu canso de bater numa tecla de uma nota só e ao final quem aparece como FDP sou eu”, disse ao Zé Ângelo, que - é verdade - acabou com a mamata que havia entre Guilherme Salze, Iva, Edmilson (funcionários da tesouraria da FPF) e funcionários de CR e Paysandu.

Hoje, alguns funcionários desses clubes jogam soltos. Recentemente, no Baenão, Remo 3 x 0 Tuna havia mais de 8 mil pessoas e o anunciado foi um pouco mais de 6 mil pagantes. O vice-presidente de futebol do Leão, Hamilton Gualberto, não engoliu a parada.

Zé Ângelo(foto)tirou da FPF a responsabilidade de confecção e distribuição de ingressos e cabe a três funcionários da entidade a elaboração dos borderôs dos jogos. E só! Eles são pagos pela entidade.

O vice-presidente federacionista me revelou que não há transparência nos clubes, começando pelas assinaturas dos contratos dos jogadores: “Na Carteira de Trabalho é um valor, mas por fora é o dobro ou triplo. E aí entra o recibo. Este recibo não pode aparecer no balanço do clube; os ingressos são passados aos cambistas por consignação por gente do próprio clube e é por isso que às vezes demora prá se divulgar o borderô, porque o cambista está prestando conta com o bilheteiro”, disse Zé Ângelo.

E falou mais: “Eu penso em ser presidente do Paysandu, mas não é fácil porque tem gente que não quer porque a vaidade é muito maior”.

José Ângelo Miranda confessou que disse uma vez quando procurado pelo Antônio Carlos Pontes que queria que o Paysandu “se fudesse”, indignado que estava com palavras do presidente Luis Omar.

“Quando o Corpo de Bombeiro condenou a estrutura de apoio dos camarotes da nova arquibancada, o Luís Omar, ao ser entrevistado, disse que o problema não era do Paysandu e sim da comissão de construção. Essa ingratidão deixou a mim e os meus colegas chateados e aí eu disse o que disse em momento de ira, mas amo o Paysandu”, revelou Miranda.

A FPF, em 2012, promoverá, juntamente com os clubes participantes, inclusão social, ajudando entidades como Pão de Santo Antônio e Viva Vida, mas está encontrando dificuldades para arrumar parecerias que possam bancar o campeonato porque empresários sabem que Remo e Paysandu não cumprem com seus acordos.
É o que há!

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