domingo, 10 de abril de 2011

OS MONSTROS SÃO INSENSÍVEIS E ESTÃO AO NOSSO LADO, MAS TENHO ESPERANÇA...


Saí cedo da minha “dois-prá-lá-dois-prá-cá” para ter com a Mikaela e depois com o coronel Nunes, presidente da FPF, a fim de preparar “sonora” para o BOLA NA ÁREA das 19h na Rádio Liberal.

Aos domingos de manhã cedinho levo O LIBERAL e mantenho conversa com minha filha.

Neste domingo a mãe e a Mika, cedo, foram à igreja. Sentei em um dos bancos da pracinha em frente ao “Remadinha” e lá estavam taxistas e outras pessoas ouvindo adeptos das Testemunhas de Jeová que pregavam a palavra de Deus. Ouviam atentos um dos irmãos falando sobre a vinda de Jesus a terra.

Em dado momento chega um senhor de boa aparência, alto, bem vestido, que nos cumprimentou e perguntou quem de nós poderia lhe emprestar o macaco do carro para socorrê-lo. “O pneu do meu carro furou e está ali em frente da Tuna e o macaco não está na mala...”, disse o esbaforido senhor.

Às pessoas se entreolharam e fizeram que não ouviram; os irmãos debandaram prá dentro do conjunto a fim de evangelizar; os taxistas cuidaram de saí de mansinho...Sobrou eu.

- Como é seu nome, senhor? – Indaguei.
- João – respondeu o agoniado homem.
- Vamos, “seu” João, entre no meu carro!

E lá vou eu, levando o “seu” João que perguntou o meu nome e disse que o “macaco” do seu carro foi roubado numa oficina, mas que não tinha como provar.

Chegamos ao local e providenciei equipamentos prá salvar o “seu” João. Quando estávamos parafusando o estepe o coronel Nunes passa no seu carro e entra na Tuna. Pensei: atirei no que vi e acertei no que não vi.

Carro pronto prá partir. “Seu” João me abraça, agradece-me e me dá de presente o livro (foto) e vai, ao lado da esposa, participar de um movimento religioso pras bandas da Cidade Nova.

Entrei na Tuna e o Nunes me dá o “furo” que não entra no Baenão enquanto o Cabeça não devolver à FPF a cabine destinada aos diretores federacionistas. Ô gloria! Já tenho a manchete do BOLA NA ÁREA...

Vou à Praça da República, estaciono meu carro na rua paralela a Presidente Vargas e ao olhar pelo retrovisor vejo uma mulher bonachona “moqueando” de porrada uma outra magrela, chorava e pedia socorro: “Me ajudem pelo amor de Deus!!! Não deixem ela me matar!!!”.

Saí do carro e tirei a gordona de cima da indefesa mulher. Esta saiu chorando, toda ensangüentada, e senta a 30 metros no batente da porta de uma casa. “Eu não roubei o teu celular”, dizia a infeliz mulher.

“Vou te matar, filha da puta, ladrona!”, gritou a valentona e partiu prá cima da pobre coitada, que a recebeu com um gargalo de garrafa de cerveja e meteu na cara da gordona. Esta caiu com as mãos no rosto se esvaindo em sangue e a então coitada vítima monta e faz picadinho da cara da ex-agressora. Corri e tirei a magrela de cima da gordona e pedi socorro à turba que a tudo assistia impassivamente.

“Ei velho, vai sobrar prá ti! Deixa elas se f...são putas!” Gritou um dos "papudinhos" que vivem na rua.

A magrela sai chorando no rumo da Manoel Barata e a gorda jorra lágrimas e sangue. Quem procura acha. Pensei.

Vou à banca do Alvino, ao bar do parque, converso com amigos e retorno ao carro. A polícia está me esperando prá contar o que vi porque algumas pessoas disseram que o dono do Idea vermelho viu e acudiu às partes.

Contei ao tenente Luiz Paulo o que vi e o que fiz e me identifiquei. O oficial perguntou o que houve com o BOLA NA ÁRE e eu respondi que o programa foi dividido: aos sábados das 10h às 12h e aos domingos das 19h às 21h.

- Vou te ouvir, hoje! – Respondeu o policial.

Outro PM me olhou e disse: - A sua camiseta está manchada de sangue e este pode está contaminado porque elas são mulheres de risco.

Ando com álcool gel no carro: passei nos braços, mãos e camiseta.

Fui embora, pensando: os monstros são insensíveis e estão ao nosso lado. É verdade!

O importante é que me senti bem.
É o que há!


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Um comentário:

  1. O pior monstro é aquele que possui a total consciência de sua insensibilidade.

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