sexta-feira, 29 de abril de 2011

OS SETORISTAS E OS CLUBES


“O que queremos é organizar certas coisas que só acontecem nos estádios de futebol do Pará, citando como exemplo, a quantidade de pessoas que têm acesso ao gramado de jogo e a falta de bom senso dos repórteres setoristas que, praticamente, querem fazer da Curuzu as suas casas, as suas salas de estar”.

Quem escreveu e publicou no sítio do Paysandu foi o presidente do clube, Luís Omar Pinheiro, e ninguém da imprensa ousou a questionar o mandatário alvi-celeste. Mesmo porque muita gente da imprensa esportiva não tem moral prá questionar Luís Omar, principalmente a turma do Guilherme Guerreiro.

Indaguei do consagradíssimo e respeitadíssimo Agripino Furtado se ele fazia da sala de imprensa da Curuzu extensão da sua casa e o mais atuante repórter setorizado do Brasil disse o seguinte: “Zé, eu não faço da Curuzu sala de estar. Executo o meu trabalho: chego à Curuzu cedo, gravo com quem tenho que gravar, mando prá rádio e às 12h vou almoçar; volto às 15h, acompanho os treinos, mando prá rádio e vou embora. Agora, o presidente tem que dá nomes. O Givanildo não gostava do João Elísio e dizia: não dou entrevista a O Liberal, mas para os outros falava normalmente. É isso que está faltando ao presidente bicolor dá nome aos bois”. E é.

Ontem, por ocasião do lançamento do GP INTERNACIONAL DE ATLETISMO 2011, no Crown Plaza Hotel, conversei com o Jorge Luís, Chefe da Equipe de Esportes da Rádio Marajoara, sobre o assunto e ele disse que é favorável que se acabe, em Belém, com a presença noite e dia de um repórter dentro do clube, porque hoje a tecnologia facilita o trabalho do repórter, sem que haja necessidade das emissoras de rádio manterem linhas exclusivas nas salas.

Penso que quem não se respeita não merece ser respeitado por ninguém. O dia que as emissoras de rádio acabar com setoristas em Remo e Paysandu quem ganha são os ouvintes das emissoras que terão notícias de tudo que se passa dentro dos clubes, pois o repórter não terá receio de publicar as más notícias, porque não vive o dia a dia da concentração.

No mundo todo, os repórteres chegam de manhã nos clubes, colhem os fatos e vão-se embora; voltam à tarde prá fazer a última peneirada. Nos estádios há salas de imprensa com cafezinho, água, telefone e internet para os repórteres mandarem suas matérias para as redações, mas acabou o treino ou coletivo, cada um pega o seu beco.

O bom repórter tem suas fontes de informações; é o que não falta. Desde que surgiu repórter no mundo, há as fontes. E hoje melhor ainda com o advento do celular.

Em Belém, alguns repórteres, por viverem dentro dos clubes, são “amigos” de jogadores e treinadores; estão mais para “empresários” e “propagandistas”. Quem perde é o verdadeiro jornalismo e os ouvintes são ludibriados.

Em parte, o presidente do Paysandu tem razão: precisa dá nomes.
É o que há!

3 comentários:

  1. Setorista e' uma praga que esta sendo deletada nos grandes centros, somente em Belem que eles sobrevivem.
    As radios precisam procurar gente capacitada e acabar com essses enganadores.

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  2. Penso o mesmo que o comentarista acima. Já é hora de acabar com a função de setorista. O sistema em que esses profissionais vivem hoje é viciado. O cara vive dentro do clube, fica sujeito a todo tipo de pressão dos dirigentes, e acaba se portando mais como funcionário do clube do que da rádio. Basta ver a quantidade de notícias inverídicas que divulgam, a quantidade de boatos que eles espalham sem sequer averiguar... Na maior parte do país, as rádios já acabaram com seus setoristas. Está na hora de fazer o mesmo por aqui.

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  3. Interessante que quando o Édson Gaúcho tentou colocar "moral" na Curuzú, muita gente da imprensa foi contra, exatamente, por querer fazer daquele local, a extensão da sua casa, ou seja, tinha repórter que gostava de adentrar no gramado, ainda com o coletivo em andamento.
    Repórter que vive dentro de Clube de futebol acaba perdendo a isenção e a liberdade para falar as verdades que acontecem nesses Clubes, inclusive aquelas que são encobertas ou jogadas pra debaixo do tapete.

    Álvaro Grego Junior
    Ananindeua - Pará

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