quarta-feira, 3 de agosto de 2011
CABEÇA E OS MEMBROS
Desde a mais tenra idade, lá pelas barrancas da margem esquerda do rio Amazonas, no bairro do Trem, em Macapá, que ouvia minha Tia Maria falar que “cabeça vazia é oficina do diabo”.
Quando botei os pés no campus da UFPA, em 1980, pude conhecer com mais profundidade cientistas, filósofos, poetas, letristas, pintores cerebrais que mudaram a história da humanidade. Um desses “loucos” foi Leonardo da Vinci (o homem das 22 profissões) que (diz-que) foi “cuísta” porque desejava saber o prazer de desvirtuar a função do toba. “Em cada louco há um grão de inteligência”.
Penso que o dito popular descrito no primeiro parágrafo tem a ver com o que dissera Da Vince: “Quem pensa pouco, erra muito.” A cabeça é a locomotiva do corpo humano. Máquina perfeita que se completa com tronco e membros. É anatomia. Centro da memória (passado) e da inteligência (presente).
No Clube do Remo de hoje a palavra “cabeça” representa mais que um substantivo comum de dois gêneros: a cabeça (parte do corpo), o cabeça (o chefe,o líder). Cabeça (sobrenome) é tudo isso e muito mais: é o presidente do clube. Vou transgredir: por tudo que tenho ouvido, o Cabeça, presidente do CR, não é cabeça.
O vice-presidente jurídico do CR, Ronaldo Passarinho, nem bem esquentou a cadeira foi logo espinafrando porque não foi consultado sobre os contratos firmados entre clube e jogadores. Este blogueiro apostolado ouviu da boca do respeitadíssimo remista que “se não fosse o meu remismo e a minha sem-vergonhice, eu já teria largado essa porra”. É inusitado, mas é verdade.
César Castilho ao sentar á mesa onde eu almoçava, domingo, num restaurante no centro de Belém, disse e não me pediu reserva que estava chateado com o Cabeça porque não foi comunicado que não era mais membro da diretoria que comandou o futebol no campeonato paraense.
“Zeca, o Cabeça não diz ‘não’ prá ninguém e não tem perfil prá ser presidente do Remo”, disse o publicitário, amigo de Antônio Carlos Teixeira, que estava no restaurante ao lado de Jones Lara Tavares.
Segunda-feira, 17h, Baenão, sala da diretoria, porta entreaberta eu chego e ouço um dos diretores indagar do Pedro Minowa se ele havia sido comunicado das contratações dos médicos e do treinador das divisões de base. "Não", disse Minowa.
”Vou conversar com o Cabeça. Desse jeito não dá. O que estou fazendo aqui? Se ele contrata treinador, médico sem me comunicar? Eu sou o último a saber, então, tu vais ficar sozinho Minowa”, vociferou o diretor.
O Cabeça precisa usar a cabeça animal e não custa ser verdadeiro com os amigos.
O barco da confraria do "Cosa Nostra" começa a fazer água.
É o que há!
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