segunda-feira, 29 de agosto de 2011
CULTURA DISTORCIDA, DIZ HAMILTON
Em clube nenhum do Brasil, os repórteres responsáveis pela cobertura jornalística do time ficam dia e noite na sala de imprensa da instituição: acabou o treino, cada um pega o beco.
Aqui em Belém, especificamente em CR e PSC, que têm confortáveis salas de imprensa, os setoristas das três emissoras AM - Clube, Liberal e Marajoara - têm linhas instaladas nas salas e passam os seus boletins no momento em que o fato está acontecendo no Baenão e na Curuzu. É bom para os torcedores dos dois clubes e, consequentemente, é jornalismo de qualidade que fazem às três emissoras. Todos os programas matinais da Clube, Marajoara e Liberal têm boletins ao vivo dos campos de Clube do Remo e Paysandu. É cultural (dizem).
Penso que com o advento do celular e internet, melhorou a condição profissional de todos os repórteres que cobrem instituições ou que estão no dia a dia do asfalto (cidade). No meu tempo de setorista (havia 30 anos), eu dependia de orelhão, e no bolso da calça não faltava a “boroca” com fichas de TP (telefones públicos - “orelhões). Era gostoso, mas não tenho saudades desse tempo. O mundo evolui e o homem tem que acompanhar essa evolução, se não é atropelado.
A algum tempo atrás o presidente do Paysandu, Luís Omar, manifestou interesse em limitar o tempo das presenças dos setoristas na Curuzu. “Os caras chegam aqui sete da manhã, comem, dormem na sala e só saem às 20h. Tá errado. Eles têm que vir aqui de manhã, colher notícias e vão embora; à tarde a mesma coisa. Mas tem gente que quer fazer da sala de imprensa da Curuzu extensão da sua casa. Não é correto”, esbravejou o presidente bicolor, mas ficou o dito pelo não dito.
Ontem no programa RE-PA NA TV, da TV RAULAND, o advogado e jornalista Hamilton Gualberto, hoje vice-presidente de futebol do CR, falou sobre as presenças dos setoristas das emissoras de rádio no Baenão. Eu não vi e nem ouvi o programa, mas conversei com o dirigente Hamilton Gualberto hoje de manhã que disse o seguinte:
“Zé, isso aqui em Belém é uma cultura distorcida: os repórteres tomam café, almoçam e lancham na sala de imprensa; eles têm que ir ao clube, cumprem os seus trabalhos e vão embora.” Revelou.
O que Gualberto não gostou foram as conotações que a imprensa deu com relação a presença de Adriano no Baenão:
“Veja só: o Adriano foi ao Baenão fazer uma visita de cortesia ao Pedro Minowa e nem bem o jogador saiu do Baenão o Paulo Caxiado me telefona querendo saber quanto Adriano ia ganhar. Isso não se faz. Volto a dizer: é uma cultura distorcida, que aos poucos pretendo acabar, mas pretendo conversar com os setoristas que cobrem o Remo”. Confirmou o dirigente, que me revelou que sabe de gente da imprensa radiofônica, televisada e escrita que não toca no seu nome, mas que ele, também, não aceita tomar um cafezinho com esses caras.
É o que há!
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