quinta-feira, 25 de agosto de 2011

NÃO É ZÉ MANÉ, NÃO.


Ele chegou de mansinho na Curuzu e foi ficando, ficando até ser efetivado pelo presidente Luís Omar como - talvez - o mais novo gerente de futebol no Brasil.

Pai, sócio de Luís Omar na empresa de praticagem; mãe, arquiteta, dona de escritório de paisagismo e design (engendra projetos, otimizando espaço de casas e apartamentos dos endinheirados belenenses) e - dizem - que tem retirada mensal de R$ 10 mil.

Frederico Carvalho, 23, é educado, demonstra tranqüilidade e fala com os seus interlocutores olhando na retina. É um bom sinal. Pelo menos tenho este raciocínio de quem fala comigo quando desempenho a função de repórter.

Penso maldade quando converso com alguém que não me encara; procura desviar o olhar ou quando não, rabisca com a caneta papel sobre a mesa. Sinceramente, desconfio desse tipo de gente. E como existe...

“Zé, não preciso enganar ninguém. Trabalho com minha mãe, e aqui no Paysandu sou um elo entre jogadores, comissão técnica e o presidente. Tento solucionar os problemas; agora, mandei o Feliz pagar o hotel Paraíso onde estão hospedados alguns jogadores. Já te disse que o futebol é igual à internet: são dados e velocidades e nós temos que estar antenados”, revelou Fred, como é conhecido na Curuzu.

Se para alguns conselheiros bicolores ele é visto com restrições dentro do clube, para os funcionários do “Vovô da Cidade”, o sisudo Fred é um paizão, principalmente para quem ganha salário mínimo: “Ele é mil anos, Zeca. Ajuda a todos aqui na Curuzu”, revelou Costinha, que sabe tudo que se passa no estádio.

- Fred, é certo que você tem mesada de R$ 10 mil reais? Indaguei.

- Zé, peço que você não meta nessa história meus pais; já te falei que trabalho com minha mãe e estou no Paysandu porque gosto do dinamismo do futebol; procuro conhecer dados sobre este universo que é o futebol ; sou acadêmico de administração e gestão de pessoas e tem tudo a ver com a minha formação.

Por duas vezes conversei com Fred e me deixou boa impressão: não é monossilábico, olha na retina e conhece do metiê. Não é “Zé Mané”. O Paysandu, pelo que deduzi, serve de estágio para o jovem Fred, enquanto acadêmico de gestão de pessoas numa faculdade particular em Belém.

No momento em que resenhávamos, eis que chega o empresário argentino Sérgio Magalhães e fala com Fred com muita intimidade e percebi que os dois precisavam conversar.

Além de dinâmico, o mundo do futebol tem suas intimidades que vão muito além de um simples relacionamento entre gerentes de futebol e empresário. O futebol mundial não vive sem eles.
É o que há!



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