sexta-feira, 26 de agosto de 2011

'HOMBRE NON TEM LA PLATA"


Cheguei à tarde de ontem na Curuzu, depois que autorizaram a entrada dos repórteres, deparei-me com uma roda de pessoas onde estavam Dinho Menezes (repórter da Rádio Clube), dois cidadãos que eu não os conheço e o empresário (FIFA) Sérgio Baíse, 47, argentino, que desde 2002 indica e traz jogadores para o Paysandu.

Fiquei à distância de uns dez metros “macuricando” o papo e o gringo falava, falava, falava e gesticulava. Em dado momento, Dinho resolve falar: “Parei contigo! Se não tu me enrabas!” E foi embora prá sala de imprensa.

Não queria chegar junto e dizer o que pretendia, pois o Fred já havia me apresentado em dias passados como jornalista. Fiquei no alambrado, assistindo ao treino do time do Papão e eis que de mim se aproximam o Louro e o Feliz e começamos a resenhar sobre o jogo de domingo. Foi uma espécie de chamariz para o que eu queria: o gringo se aproxima e faz parte da roda.

Abraça Louro e Feliz. Este diz que vai a São Paulo segunda-feira para providenciar visto no seu passaporte e ele, o empresário, diz: “Toma, vai no meu carro.” Era a chave do Passat preto, alemão, ano 2010, automático, bancos de couro, diesel , chapa da Argentina.

- Tu conheces este aqui? Indagou Feliz ao empresário, referindo-se a mim.

- Sim, sim. Já falamos e já me mostraste o blogue dele. Ó , legal! - Disse Baíse.

Era o que eu precisava para indagar um pouco dessa relação dele com o Paysandu:

-Sérgio, desde quando você indica e traz jogadores para o Paysandu?

Ele acionou a “metralhadora” e disparou prá cima do ex-presidente Artur Tourinho:

- Desde 2002 com Artur Tourinho, que ganhou muito dinheiro na Libertadores e não me pagou tudo o que me devia. Só me pagou 80%, e eu telefonava, telefonava e a mulher dele dizia que não estava e ela só queria superfaturar passagens aéreas em nome do Paysandu. Mas como ‘hombre non tem La plata’ num “portunhol” compreensível.

(Risos e mais risos de todos)

- Porra, agora entendi o porquê de o Dinho dizer que tu ias enrabá-lo. Você não deixa a gente falar. Dá um tempo, disse a ele.

- Fui eu que indiquei ao Tourinho e trouxe o Yarlei para o Paysandu, mas o descobridor do jogador é o Clovis Dias, cearense, e quando vi jogar não tive dúvida do talento, então passei a empresariar, como cuido do Sandro Goiano, do Jorginho, do Rodrigo Pontes, do Rodrigo Salomon. No caso do Yarlei, Tourinho não botou fé no jogador, porque eu propus contrato até o final do ano, mas com direito a luvas para o jogador, e o Tourinho contrapropôs: ‘Não dou luvas, mas no contrato terá cláusula que se ele arrebentar e um clube do exterior se interessar eu libero sem ônus’.
Conversei com o Yarlei e ele assinou contrato e eu fiquei com uma cópia”.

Percebi que Sérgio divulga detalhes da administração Tourinho no Paysandu e com certa dose de mágoa do ex-presidente que o enganou. Aproveitei o momento em que ele falava que o Tourinho ganhou muito dinheiro por ocasião da Libertadores e não honrava compromissos e indago se o ex-presidente queria dinheiro na ida do Yarlei para o Boca.

- Ele queria R$ 100 mil, e o Yarlei, por respeito ao Paysandu, ia dá este dinheiro da sua parte, mas quando o Yarlei foi a São Paulo assinar contrato sem autorização do clube, o Tourinho desrespeitou a esposa do Yarlei, discutiu com ela, ameaçou o Yarlei, e aí foi preciso a gente providenciar segurança para o jogador e a sua família. E ele não deu os R$ 100 mil.

- E o Luís Omar paga? Indaguei.

- O presidente Luis Omar já penhorou apartamento, mas paga; cumpre com a palavra. Diferente do Tourinho que pegou muito dinheiro e não fez nada por este estádio, que hoje está pintado e aumentou a sua capacidade.

Há quem diga que está na hora de se esquecer o Tourinho, até que concordo, mas o que não aceito é o Tourinho e a família terem assaltado o Paysandu e fica o dito pelo não dito, quando as provas são evidentes do roubo aos cofres do clube. Expulsar por expulsar do clube não adianta, tinha que ser levado às barras do Ministério Público.

Infelizmente, não sou nem sócio do Paysandu...

As testemunhas desse meu papo com o empresário Sérgio Baíse estão na foto: Louro e Feliz.
É o que há!









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