domingo, 27 de fevereiro de 2011

DIVAGAÇÕES PROFISSIONAIS

Fui à Estação das Docas com a intenção de assistir a primeira regata do ano e não houve porque a maré estava teitei e o vento, oriundo da baia do Guajará, tornava o ambiente meio friento; famílias e desportistas se espalhavam pelas mesas, curtindo a manhã de céu azul. Eu sonho em ver um dia aparecer um governador ou um prefeito para escancarar a frente de Belém, acabando com os pardieiros que enfeiam a nossa cidade. Os meus sonhos passam por pessoas.

Numa mesa engenheiros, médicos, advogados e “vagabundos sociais” falavam sobre a briga escancarada das famílias Maiorana e Barbalho, e um dos que estavam à mesa, quando me viu, disse de propósito: “Eles e todos àqueles que o defendem vão meter o dedo no... e rasgar, porque Jader Barbalho vai ser senador, ainda este ano.” Entendi o recado e não fui além de um “bom-dia, pessoal” e saí de mansinho.

Numa outra mesa cheia de desportistas quando me viram foram logo indagando pelo BOLA NA ÁREA e eu disse que a rádio passava por mudanças na programação e que eu estava apresentando o programa aos sábados das 10h às 12h e que à partir do próximo domingo estarei das 19h às 21h. Um gaiato disse: “Eles acabaram com o Zeca Diabo dos domingos”.

Sorri e saí pensando no verso do letrista popular: “Ando de vagar por que já não tenho pressa”. Se fosse em outros tempos levava pela cara, mas a cada dia me convenço que a velhice me torna macambúzio e seletivo. Saí, mas sem esquecer a transitividade do verbo “acabar” que é direto no sentido de terminar. Por fim...

Fiquei encabulado por alguns momentos, andando prá lá e prá cá, pensando no que me disse o ouvinte, mas que de repente me aparece um blogonauta e me diz: “Zeca, antes de saí de casa li o teu blogue. Está paidégua!” Em seguida outro me para e pergunta: “Zeca, é verdade o que está no TUDÃO E TUDINHO sobre o que o Luís Omar disse do Rui Sales?” “É!” Respondi. “Égua, Zeca, o teu blogue é muito bom. Todo dia, antes de saí para o trabalho acesso o TUDÃO E O TUDINHO”. “Obrigado, amigo!” “Ah, Zeca, por que de TUDÃO E TUDINHO?” “É porque a mãe do “Tudinho” foi duvidar do velhinho e aí meti “tudão”. (Gargalhada).

Pensei com meus botões: “Não estou morto, não. “Tenho em mãos o maior meio de comunicação social do mundo – a WEB.” Basta que eu saiba usar a minha cabeça animal.

No caminho encontrei com três confrades – Jurandir Bonifácio, Lino Machado e o Mauro Borges – que em uníssono demonstraram preocupação com o meu futuro no rádio e limitei-me a dizer que não sou dono de rádio, sou empregado e continuo ganhando o que ganhava porque além do salário de jornalista tenho meus anunciantes que acreditam no meu potencial de audiência em qualquer horário no rádio. Faço igual ao Davi que antes de enfrentar o Golias indagou do rei: “O que ganho se eu enfrentar esse gigante?” “Tens minha filha, casa e comida!”, Respondeu o rei. “Eu vou prá porrada com ele!” Sentenciou o pequeno Davi. E o resto da história Bíblica todos conhecem. É assim que ajo!

Caminhei rumo a Praça da República, onde deixei meu carro, e caminhando divaguei em coisas da vida, do esporte, na profissão de jornalista esportivo (que é o meu caso) numa cidade como Belém onde este profissional tem que acender uma vela prá Deus e outra para lúcifer, tem que ser amigo de todo mundo, onde jornalista não noticia fatos envolvendo jornalista (se fizer é considerado anti-ético), onde jornalista e radialista não dão crédito em bordões criados pelos profissionais criativos, como é o caso do apedeuta e obtuso repórter Paulo Caxiado que rasga a goela nos microfones da Rádio Clube, anunciando “Fenômeno Azul” sem dizer que o autor dessa especificação para o torcida remista é o Guilherme Tadeu. É o lado “prostituto” do rádio esportivo.

Entrei no meu carro, intuindo no interdito proibitório que há na Rádio Clube do Pará: quem ousar a mandar um abraço ao jornalista José Maria Trindade está no olho da rua. É uma glória para este blogueiro passatempo, que veio de Macapá e que – aos trancos e barrancos – conseguiu o seu espaço, olhando na retina de muitos patifes engravatados e muçuns ensaboados que hoje vivem em gabinetes ares-refrigerados.

Não sou mais esperto que a esperteza; nem mais sabido que a sabedoria; nem mais inteligente que a própria inteligência, sou apenas um jornalista que pensa, que divaga sobre as boas informações e procuro interpretá-las para poder repassar a vocês.
É o que há!

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