Escrevi domingo neste BLOGUE passatempo que iria ao Mangueirão com a sensação de que veria um grande jogo e que o CR jogaria melhor que o Papão. Em se tratando de jogo de futebol não foi o que pensei, mas em termos de quem foi melhor, acertei.
Não foi intuição, não, embora acreditando nela, não tenho este dom (a Tia Maria tem e quando me diz algo em se tratando do Zequinha dela, acontece), mas tenho experiência vivida nos campos de futebol ao longo dos 39 anos de repórter esportivo do qual me ufano; aprendi a ser perceptivo, fazer leitura do mundo que me cerca e atento a tudo e a todos em meu redor. Como jornalista, faço uso do panoptismo e estrategista como o personagem bíblico, Zaqueu.
Saí do Mangueirão consciente de que o tempo é cruel com o corpo humano e que em Belém, infelizmente, os dirigentes contratam jogadores confiando nas histórias destes e desconhecem o valor temporal do corpo humano. A crueldade do tempo é visível no comportamento do Sandro Goiano dentro de campo. No início da década de 2000 ele era o dono do meio-campo dos clubes que defendeu; hoje é enganação. Ele está na dele; a culpa é de quem o contratou. Coitado do Paysandu.
Quando anunciaram Alex Oliveira, 37, a imprensa esportiva paraense alertou os bicolores para o que aconteceu em clubes por onde ele passou depois dos 30 anos. Insistiram: jogou três partidas e ficou de fora do jogo contra o Clube do Remo por problemas musculares em uma das coxas. Trouxeram o atleta, acreditando mais na história dele. É o mal do nosso futebol!
Paulo Comelli quando aqui chegou disse e não pediu segredo que não queria trabalhar com jogador “velho” e acreditei no técnico do CR, porque havia tempo defendo que o futebol, como qualquer atividade esportiva, é para atleta na faixa dos 15, 16 aos 30. Depois disso é regressão física e os preparadores físicos têm que saber dosar a carga de trabalho (específico) para esses jogadores.
No RE-PA vi um trio de volantes remistas – Sam (26), Mael (26) e Luís André (29) – destruírem com a única jogada que o Paysandu tem: Tiago Potiguar foi anulado por Mael e Luís André e o trabalho destes ficou mais fácil porque o Sandro estava “morto” dentro de campo. Como Comelli não tem lançador, ele libera Marlon (26), pela esquerda, e Helsinho (21), pela direita, e o treinador do Paysandu - que é treinador e não técnico- ficou com cara de égua à beira do gramado sem saber aplicar o antídoto prá cima da dupla remista, que não deixou Tiago Potiguar jogar.
No comentário DOIS TREINADORES E UM DESTINO escrevi que num time de futebol a qualidade dos jogadores é muito mais importante do que o técnico e o esquema tático, e que a principal função do treinador de futebol é oferecer condições para que o atleta jogue tudo o que sabe jogar. Este aprendizado me foi passado nas minhas conversas com César Moraes, o Gury, treinador cearense que passou por aqui na década de 80; com Tostão, com quem tive a felicidade de me cruzar na calçada do Hotel Íbis, na aristocrática Munique (Alemanha), 2006. Eu não tenho pejo em perguntar aquilo que quero saber (é um dos por quê não tolero gente burra). Carlinho um dos maiores “caras de égua” que conheci no futebol paraense (adorava Cerpinha) sabe muito de futebol e gosta de falar. Na Belém de hoje há dois colegas que gosto de trocar ideias sobre futebol: Hamilton Gualberto e o professor Cláudio que sabem (e como sabem) fazer leitura de futebol com a bola rolando.
Sérgio Cosme é treinador e não técnico. É a sensação que tenho depois que o Paulo Comelli anulou Potiguar. E isso já havia acontecido em Paramaribo. Eu não vi o jogo, mas os repórteres Agripino Furtado e Nelson Torres narraram com precisão à marcação no “tutiço” do atacante bicolor. E o Sérgio Cosme fez o quê? Como não sabe, não orientou o seu pupilo a saí da marcação. Sinceramente, não acredito que o treinador do Paysandu não saiba que quando um jogador sofre marcação cerrada o antídoto está no drible curto, à troca de passes curtos com o colega mais próximo ou toque de bola de um lado para o outro a fim de deixar os marcadores zonzos. À beira do gramado, vi o treinador bicolor gesticulando muito, mas sem produtividade dos jogadores do Papão.
Por tudo isso, ando sentindo o “cheiro da perpétua” com o treinador bicolor e por causa dessa minha desconfiança espero que ele não peça para o Paysandu contratar advogado para me levar a “bater ponto” perante uma autoridade judicial.
É o que há!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
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Zé Maria, uma alteração tática simples que podia ser feita pelo enganador Sérgio Cosme era trocar Rafael Oliveira pro lugar do Potiguar, e vice-versa.
ResponderExcluirO Potiguar lá na frente ia deslocar pelo menos um dos volantes do meio, abrindo espaço no meio-campo e consequentemente baixando a marcação do Remo, fazendo a do Paysandu subir.
Enquanto isso, o SC ficou sentado no banco de reservas, com medo da chuva, vendo a banda passar.
E pra piorar, queria o tal enganador queimar o jovem Djalma, literalmente o lançando aos leões, como se o garoto fosse capaz de resolver um jogo com todo aquele erro tático.
Grande abraço, Sylvio Nóvoa.